Site de compras coletivas ganha premiação de melhor empresa iniciante de tecnologia internacional
Criada em 2010 por três brasileiros, empresa atingiu 16 milhões de usuários; Brasil está no ‘topo’, diz fundador
Por Nelson de Sá
O site de compras coletivas Peixe Urbano ganhou o prêmio Crunchies de “melhor startup internacional” na madrugada de ontem, em San Francisco, Califórnia (EUA).
Vista como “Oscar das startups” (empresas iniciantes de tecnologia), a premiação está na quinta edição anual e é organizada pelos sites TechCrunch, GigaOm e VentureBeat, do Vale do Silício.
O principal prêmio, de “melhor startup”, foi para o DropBox, site de serviços de computação em nuvem. “Foi uma mega-honra subir ao palco com os fundadores do DropBox, os criadores do Siri, o fundador do Twitter”, diz Alex Tabor, um dos três fundadores do Peixe Urbano, que recebeu o prêmio no Davies Symphony Hall.
Entre outros, o site brasileiro bateu a empresa finlandesa de games Rovio, que criou em 2009 o Angry Birds, para aparelhos móveis, e o site de mídia social Badoo, sediado em Londres, mas do russo Andrey Andreev.
ASCENSÃO
Criado em 2010, o site de compras coletivas foi concebido por Tabor, Emerson Andrade e Julio Vasconcellos, colunista da Folha, que se conheceram quando eram estudantes da Universidade Stanford. Sócio que comanda a área de tecnologia, Tabor diz que, na apresentação do Peixe Urbano durante a cerimônia, foi citada a marca de 16 milhões de usuários, em menos de dois anos.
“E eles falaram sobre o Brasil, dizendo que é um mercado gigante. O Brasil no topo do mundo”, brinca. “Mas deram um número que é até defasado, de 75 milhões de internautas.” Segundo dados do Ibope Nielsen, o número estaria em 78,5 milhões.
Tabor viajou aos EUA dias antes da premiação para recrutar engenheiros nas universidades de Berkeley, Caltech e Stanford, para os projetos de ampliação do Peixe Urbano. Obteve “resposta excelente, muita gente que quer trabalhar no Brasil”. Também se encontrou com engenheiros dos sites de mídia social LinkedIn e Facebook.
“Essas empresas estão bastante focadas no Brasil”, diz. “No LinkedIn, encontrei vários brasileiros que trabalham lá, inclusive um que é o responsável pela parte de globalização do site. Eles estão investindo muito, abriram um escritório em São Paulo. O Facebook também.”
Para Vasconcellos, presidente do Peixe Urbano, é a vez das “startups” do país. “As pessoas estão vendo e dizem ‘o país está crescendo, muita startup, oportunidade’, num momento em que os EUA estão meio estacionados.”
Fonte: Folha de S. Paulo, Mercado, 02/02/2012